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Terapeuta de mim mesmo, um forasteiro, estrangeiro e aventureiro da existência que escolheu alguns caminhos e o veículo certo para percorrer estes caminhos.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A Pizza, meu troféu






O segundo dia no apartamento novo foi no mínimo bizarro.

Cheguei tarde da noite depois de ter ido ao parque e ficar esperando a chuva passar em um shopping, como não passava fui na chuva mesmo.

Na alegria de morar perto de um parque, peguei a minha bicicleta e fui até lá. Sem ter dado importância a previsão do tempo, fui surpreendido no caminho de volta para o acochego do lar por um toró, destes que deixa cidade um caos. Não pude me proteger, ficando muito ensopado e também com muita fome, pelo desgaste das pedaladas.

Cheguei sujo e cansado.

Queria dar um basta na sujeira e no cansaço com um banho quente, daqueles que remove a sujeira e renova a bateria, muito bom para relaxar, faltava resolver a fome, que já estava me matando.

Depois de banho tomado vesti uma roupa limpa e desci para comprar uma mini pizza em um restaurante pertinho, pois ainda chovia. Fui até o restaurante que mais parecia padaria, para reconhecer o ambiente, nos dias anteriores eu passava e olhava para dentro, muito curioso, finalmente chegou a minha oportunidade.

Fui até lá... cheio de preguiça.

Entrei e percebi que não iria ficar muito tempo, pois a música não me agradava, estava muito alta e não era o meu estilo predileto, me aborreceria com certeza, vi uma neblina que pude perceber pelo o aroma que era cigarro, todos fumavam, menos uma que era uma criança. O cheiro de cigarro me entupia as vias aéreas, resultado - comecei a espirrar, não seria nada agradável, queria relaxar e não me estressar.

Fui ao caixa fazer meu pedido, queria uma pizza, um brotinho sabor napolitana. Antes de prosseguir a narrativa gostaria de explicar que os ingredientes são: molho de tomate, mussarela, parmesão, rodelas de tomate e orégano. Todos esses ingredientes era fácil de perceber, pois era fácil de ver.

Quinze minutos depois, vi um rapaz sair da cozinha, pensei que era minha pizza pronta, ele saiu e foi cortar a mussarela e parmesão, entrou logo em seguida na cozinha.

Enquanto esperava fiquei observando o local, cada vez mais ficava espantado com a quantidade de fumante, parecia um festival tabagista, eu que estava no recinto, fui esperar do lado de fora. Do lado de fora, senti um cheiro estranho, que vinha de mim, era eu, todo defumado, me senti um bacon. Mais quinze minutos, o mesmo rapaz saiu, pensei que era minha pizza pronta querendo ser comida, feliz vi que a minha felicidade ia embora, pois o rapaz que saiu, foi logo pegando o tomate, eu sabia que era a minha pizza sendo feita aos poucos e com muita paciência, mas quem tinha que ter paciência era eu que estava um tempinho, de no mínimo quarenta minutos, coloquei todo meu aprendizado de relaxamento e fiquei fazendo a única coisa que eu poderia fazer esperar.

Quentinha e cheirando bem, peguei a minha rara pizza napolitana, a fome estava no auge, poderia aguardar uns minutos mais.

Feliz e vitorioso com o meu troféu conquistado as duras penas e com muita paciência, passei pela portaria, o rapaz me chamou a atenção:
- O senhor comprou no restaurante ao lado?
- Sim, respondi com curiosidade. Por quê?
- Não é muito confiável, uma moradora viu a falta de cuidado com a higiene.

Agradeci a dica atrasada e fui saborear a pizza, seria um desaforo, depois de tudo, recusar em comer a não confiável pizza.

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